“Daqui a sete anos, este mundo será tão radicalmente diferente que até os nativos digitais se tornarão imigrantes digitais.” Foi esta a postura categórica de Javier Rodríguez Zapatero, diretor-geral da Google em Espanha, Portugal e Turquia, durante a sua apresentação em A Internet É Sua, um dos encontros com que se comemorou o passado Dia Mundial da Internet em Madrid.
Esta segunda revolução digital terá como origem o crescimento exponencial do número de internautas. Assim, se atualmente há 2.400 milhões de pessoas ligadas à Rede, estima-se que, em 2016, este valor terá duplicado, alcançando os 5.000 milhões, e que, no final da década, praticamente toda a sociedade a nível mundial estará conectada à Internet.
Neste contexto, a Rede das redes será mais do que nunca o motor que articulará e moverá o mundo em todos os quadrantes. E estes são, segundo a Google, quatro das principais questões a que será necessário dar uma resposta.
- A identidade. A sociedade, em geral, ainda não aprendeu a manejar as diferentes identidades digitais com que opera na Internet, nem a uni-las de forma adequada com as identidades reais.
- A política. Num mundo global em que tudo acontece praticamente ao mesmo tempo, será necessário regular aspetos chave como a liberdade de expressão, a propriedade intelectual ou a privacidade. Se alguns territórios geopolíticos apresentarem uma legislação mais restritiva do que outros, haverá consequências negativas para a liberdade de mercado, pelo que o mais lógico seria caminhar para uma legislação cada vez mais comum e global.
- Os negócios. A mobilidade proporcionou uma ligação 24x7x365 à Internet, o que está permitindo que se diluam as fronteiras entre o mundo online e o mundo offline. Isto fará com que os negócios vivam num só mundo e a oferta deverá se adaptar a essa nova procura universal.
- A relação com os objetos. Por muito que, hoje em dia, se fale da Internet das coisas, ainda há muitas novidades que estão para chegar em relação a este tema. Uma vez que a Rede é um mega computador que continua somando informação todos os dias, tudo o que a ela se ligue estará dotado de inteligência artificial e nos fará operar de uma forma distinta. Os Google Glass e os automóveis sem condutor em que o Rei das Buscas está trabalhando são dois claros exemplos disto.
Qual será o resultado final desta segunda revolução? Rodríguez Zapatero não tem quaisquer dúvidas: “Como sou um otimista digital nato, acredito que, no final desta década, teremos um mundo muito mais feliz.”
José Ángel Plaza
Equipe de Transformação da PRISA