O novo formato de arquivo criado pelo Google e meios como o EL PAÍS centra-se na velocidade de carregamento no telemóvel.
Al Gore defende a causa da Internet. Foi um dos grandes impulsionadores da sua difusão nos Estados Unidos nos anos 90. Encontrou uma metáfora para fazer ver a necessidade de adotar esta nova tecnologia, denominando a Internet como a “autoestrada da informação”. Uma definição clara, visual, compreensível por todos, mas talvez algo exagerada tendo em conta a falta de largura de banda que havia na altura. A sua intenção era fazer com que o acesso à Internet fosse encarado como um bem essencial semelhante à água ou à eletricidade nos lares.
Mais de 20 anos depois, a Internet reinventou-se. Do ‘digital first’ adotado pelos nossos meios de comunicação social com entusiasmo e celeridade, passou-se a uma nova fase, a do ‘mobile first’. Os telemóveis são o grande computador que nos acompanha na vida quotidiana, a porta de entrada para todo o tipo de experiências. Apesar de podemos chamar um táxi, encomendar comida ao domicílio ou até marcar hora no cabeleireiro com aplicações e numa questão de segundos, algo tão simples e básico como navegar pela Internet na palma da nossa mão estava a tornar-se um processo fastidioso, lento, pouco atrativo… Independentemente da qualidade da ligação, passar de uma página para a outra, paulatinamente, tornou-se uma experiência cada vez menos satisfatória. O Facebook deu o primeiro passo com a criação de Instant Articles, uma fórmula para manter o conteúdo dentro da sua rede social, com artigos que se carregam de forma imediata, sem ser preciso sair do seu espaço. De acordo com os seus cálculos, se a demora for superior a três segundos, mais de metade dos usuários prescinde da leitura.
O Google deu um passo mais além. Aliou-se a meios de comunicação social e a empresas de tecnologia, entre as quais se encontram o Pinterest, o Twitter, The New York Times e EL PAÍS, para criar um novo formato de carregamento ultrarrápido no motor de busca. AMP é o acrónimo que se refere ao seu nome em inglês, Accelerated Mobile Pages, páginas aceleradas no telemóvel. O formato apresentado esta quarta-feira em Nova Iorque não chega como uma campanha publicitária, mas sim como uma realidade que os restantes meios de comunicação e editores podem adotar desde já. O Google, cuja ambição basilar é ordenar o conteúdo que existe na Internet, publicou o código necessário e as explicações para que todos os que quiserem fazer com que as páginas de Internet carreguem de forma adequada.
As reações? Regressa a magia. Basta abrir o motor de busca, fazer uma pesquisa e ver como os conteúdos, ricos em texto e em imagens, surgem no ecrã imediatamente. O mesmo telemóvel, o mesmo operador e uma experiência completamente diferente.
Com as AMP, o telemóvel entra, desta vez a sério, numa nova era de acesso à informação, agora sim a grande velocidade. A promessa da autoestrada torna-se realidade, finalmente.
>> Prueba el funcionamiento de este nuevo formato. Entra a Google desde tu móvil en introduce en la barra de búsqueda g.co/ampdemo, entre y busca allí El País, aparecerá una galería con las noticias más destacadas y podrás acceder a ellas rápidamente ya que no se cargan desde la web del periódico, sino directamente desde Google. Más información en este vídeo.Rosa Jiménez Cano
Corresponsal en San Francisco de EL PAÍS